Hoje, cinco anos depois, de alguma forma, fico aliviado. Aliviado por ver que a justiça está sendo feita e a verdade sobre a minha honra ter sido esclarecida. De ver que as instituições seguem firmes, reparando equívocos do passado e preservando a democracia. É triste ver que algumas figuras tenham usado o Judiciário para fazer política.
Sou político há 30 anos e estou acostumado a participar de eleições, ganhando algumas e perdendo outras. Faz parte do processo democrático.
O que é inadmissível é o juiz Bretas, às vésperas das eleições ao governo do Rio de 2018, quando eu liderava a disputa, conduzir parcialmente um interrogatório, realizado pela quarta vez e modificado em sua última versão, com o claro intuito de prejudicar minha candidatura, sem que houvesse qualquer acusação ou prova contra mim.
O objetivo era evidente: favorecer seu amigo, o ex-juiz Wilson Witzel, com quem mantinha relações próximas, exibidas descaradamente nas redes sociais de ambos. Witzel, como todos sabemos, acabou sofrendo impeachment por denúncias de corrupção.
O meu processo contra o juiz Bretas não tem a intenção de modificar o passado, mas pode impedir que casos como este voltem a se repetir. Que a decisão do CNJ sirva de lição para que não tenhamos mais a inaceitável manipulação judicial no processo eleitoral.
Eduardo Paes,
Prefeito do Cidade do Rio de Janeiro